Eterna tarde
A tarde vai morrer, calma como uma santa, num êxtase de luz infinito e divino. Há nas luzes do céu qualquer coisa que canta, com músicas de cor, a tristeza de um hino.
Tudo, em torno de nós, se esbate e se quebranta. Em nossos corações, como um dobre de sino, e esperança agoniza; e a alma, triste, levanta suas trêmulas mãos para o altar do destino.
Não é somente a tarde, a eterna moribunda, que vai morrer, e espalha esta mágoa profunda no nosso olhar, nas nossas mãos, na nossa voz…
É uma outra tarde ? que nunca há de ser aurora como a do céu será amanhã ? que morre agora, triste, dentro de nós…
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