Surto de felicidade!
Acordei logo cedo, Abri a janela. Minha vizinha Gabriela, gritou: Liga o jornal, Dodo! “Népussive”, pensei. Vi um gravata falando do surto nacional. Falava com alarde: Corram, antes que seja tarde. Tem corintiano fugindo para marte, Com medo da epidemia. Fiquei muito preocupado, Afinal, quem não ficaria? No jornal dizia, Que todo mundo estava contraindo a felicidade. E que a cidade de Santa Rita, Já estava em calamidade. Os sintomas eram graves. Alguns começaram a demonstrar amor na rua, Outros passaram a olhar para Lua. Para ser contaminado, Não era necessário nem o contato. Basta um sorriso de um desconhecido. E pronto. Tá contraído. Remédio, na farmácia, hoje, Só tem o tédio. Mas não é recomendado para menores de 170.
Aproveito essa poesia, Para pedir oração. Meu caso hoje, Afetou o coração. O doutor não me deu esperança. E disse, para meu alívio, Que era essa a melhor herança Que se podia deixar. Mas que eu teria que aprender a conviver, Teria que ser forte. Que se eu tiver sorte, A morte há de me esquecer!