Cansaço
Não desejei assim eu ser, Mas, me vi assim, florescer. Naveguei o rio vivaz, E afoguei-me mordaz, em seu curso insipiente.
Minha fé? Tranquei-a no saber, das certezas de crescer. E busquei-a contumaz, A ancorar-me a paz, que me foge insistente.
Encontrei-a apenas na dor, e no faltar-me o próprio amor. Esgotei-me nesse afã, De trazer um amanhã, melhor que o presente.
Por ora, me urge o ardor, de entregar-me com fervor. À consciência de ser vã, Essa minha luta sã, de ser resiliente.
Cansei-me de assim viver, de desalentos a dizer . Cansei-me de errar, De ferir e fazer sangrar, quem me ama realmente.
Exaustei-me de cair, Levantar-me e de novo ruir, De carregar-me de culpas, De dolos e disputas, sendo o mesmo novamente.
Abro mão de existir, de purgar ou de sorrir, decepcionar, desagradar, à minha história, um sonho consciente.