Fica
Talvez seu sorriso ainda brilhe lá no fundo das minhas lembranças. Lá no cantinho, bem escondido, pra ver se não aparece… Pra se esconder de mim mesma. Na verdade, o problema é que você anda se escondendo por dentro de mim esses dias, com medo de que eu lhe pegue e lhe tire de onde está. Será que você não aprende que não te quero fora de mim? Como pode você ver meu sorriso e não entender que ele ainda brilha pelas borboletas que você traz ao meu estômago? Entenda: eu sempre fui sua, e se um dia, por ventura, deixar de ser… Ainda serei: no meu inconsciente tem uma parte que não suportaria ficar sem você.
Você vai (re)aparecendo devagar, ficando mais evidente em mim. Agora, meus olhos refletem os seus. Suas cores, suas vontades e seu horizonte. Buscamos um mesmo fim, um mesmo nós. Estamos quase como um só, e você já parou de se esconder. Você vai ficando, e me levando nesse passo, só com o som do meu coração, fazendo uma música só nossa.
O tempo já se foi, passou. Você ficou e eu só faço cantarolar aquela música de Chico Buarque, para lhe lembrar todos os dias que não precisa se esconder em mim de novo. Aquela, “Fica”. Canto toda, e quando chego na minha parte preferida, repito até cansar.
Repito, repito, repito… E quando canso, meu coração toca nossa música, cantando assim: “Mas fica, meu amor… Quem sabe um dia, por descuido ou poesia, você goste de ficar”.
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