Aline Sulzbacher: A vida urbanizada Urbanizaram a vida,…

A vida urbanizada

Urbanizaram a vida, Passaram asfalto nas bordas, Depois furaram para pôr a rede de fluídos E depois, mais furos para a rede de conexões Fecharam com mais asfalto A vida ficou assim, Cheia de redes, mas vazia, perfurada Redes onde tudo passa ….e nada fica.

Do que adiantam as mil conexões, se não sobra nada? Acaba energia, acabam os fluxos. Em dias de muita chuva, as águas lavam a alma… A alma dessa vida que já não tem mais nada De verde, de azul, de vermelho-rosa.

Foi-se a essência, O natural agora é o cinza, e o passo rápido. O susto do desconhecido que cruza a esquina à luz do luar da meia-noite. Cinza, branco, preto, frios e cálidos.

A vida urbanizada, cercou de grades a inspiração e a leveza. A tranquilidade e o amor já são desconhecidos… Mendigos a mendigar atenção…

Uma vida pobre e solitária. Relações de trocas, só monetárias. Acabando-se esse fluxo, acaba-se essa vida.

A vida urbanizada é a evolução da irracionalidade, É o contrassenso da natureza humana, É a marcha ré da ontologia da vida!!!

Por onde podemos começar a desmatar a urbanização?

[…] fugindo, vou embora para Pasárgada.

Escrito na primavera de 2014, em dias urbanos e cansativos.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *