Lágrimas do português
Natural de Portugal, na mesa de um restaurante Está o velho homem apreciando o vinho do Porto Enquanto no fundo se sente um tanto morto Ao fitar os olhos de sua sedutora amante
Filhos e esposa em casa, dura lembrança Mais um sentimento que ele jogou fora Não restando nem mesmo alguma esperança De consertar o que é o seu presente agora
As lágrimas que o português então derrama Todas tão frias, desaparecem ao anoitecer Sua vida é o seu próprio pesadelo, veja O sujeito não dorme, mal consegue comer
Apenas mais uma dose e outras tantas Que amenizam a sua vergonha moral Vendeu sua alma por um preço medíocre Foi presenteado com o prazer infernal
As lágrimas do português, de crocodilo Não comovem mais os seus semelhantes Longe de casa, dos amigos e de si mesmo Encontra fôlego na companhia da amante.