Allan Caetano Zanetti: Lágrimas do português Natural de…

Lágrimas do português

Natural de Portugal, na mesa de um restaurante Está o velho homem apreciando o vinho do Porto Enquanto no fundo se sente um tanto morto Ao fitar os olhos de sua sedutora amante

Filhos e esposa em casa, dura lembrança Mais um sentimento que ele jogou fora Não restando nem mesmo alguma esperança De consertar o que é o seu presente agora

As lágrimas que o português então derrama Todas tão frias, desaparecem ao anoitecer Sua vida é o seu próprio pesadelo, veja O sujeito não dorme, mal consegue comer

Apenas mais uma dose e outras tantas Que amenizam a sua vergonha moral Vendeu sua alma por um preço medíocre Foi presenteado com o prazer infernal

As lágrimas do português, de crocodilo Não comovem mais os seus semelhantes Longe de casa, dos amigos e de si mesmo Encontra fôlego na companhia da amante.

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