Amanda Lemos: Do que ficou… Abandonei um pouco…

Do que ficou…

Abandonei um pouco minhas palavras dissertativas para aventurar-me novamente em meus devaneios.

Sabe, ando perdendo a prática de transpor no papel meus pensamentos, medos e loucuras de uma mente barulhenta, cheia de vaga-lumes.

Ando colecionando decepções e aposentando palavras, quem diria…

E agora, José ? A festa acabou. A luz apagou.

A pobre menina que lhes escreve neste mesmo momento que é lida, vulgo Lispector, estranhamente, não sabendo por que razão decidiu-se se aventurar novamente no sentimento mais perigoso de todos… O amor.

Esse mesmo.

O incerto.

O dolorido.

Ah, mas amor que é amor não dói.

Uma ligação não atendida, um beijo sem vontade e o medo de nunca mais ser feliz em uma vida inteirinha… Isso sim é que dói. E como.

Ah, mas quem não se sente envergonhado em ter amado o outro e quando esse já está com outro alguém?

Quem não se sente envergonhado de ter ficado sozinho na festa em que a música parou e os convidados se foram?

Eu me envergonho se querem saber.

Ora, mas me corrijam. Digam que feliz é quem ama e infeliz é quem não sabe reconhecer devido amor.

Mas não era amor.

Ou será…

Amor fica.

E caleja.

Certos acontecimentos em nossas vidas duram exatamente o quanto devem durar. E partem. Perdem-se e eternizam-se.

É perder-se e se reencontrar, e perder-se novamente… Até que por descuido, inocência ou omissão, esbarra-se em algo que, vejam só, fica. Permanece.

Não sei afinal o que ficou nessa vida de idas e vindas.

Sei que fico por aqui nessas palavras inacabadas… Ou melhor, dizendo…

Não sei dizer.

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