O “falar” bonito.
Creio que pouso-me em uma espécie de veneta. Ela suscitou, depreendeu, procurou retirar-se do recôndito, espero que seja perene. A veneta chegou, e sem mais delongas fez-me datilografar vocabulários menos eloqüentes e mais longevos possíveis, por mais que resulte em pequenas plissadas em pensamento, arrisco-me porém. Parece-me até pernóstico.
Procurarei ser a mais parca possível, sem no entanto ser pacóvia. Tenho repugnância nata por adestramento e ser humanos quadrúpedes, ignóbeis, pérfidos.
Procurarei ser frugal, inócua. Incólume quando possível, e menos loquaz quando necessário.
Porém parece-me fleumático esforçar-me em sintetizar palavras com definições prontas, detesto ?metalinguismo? (ouso pronunciar assim) forçado. Explicações específicas com qual objetivo ? Redundante. Perdoe-me a função metalingüística dicionarizada. Entretanto, aos leigos, o castigo que merecem.
Necessito tergiversar. Perdoem-me se no recinto encontram-se seres que sempre necessitam de estereótipos, e conceitos. Conceituar é para fracos, tênue. Porém, textos e palavras, paradoxalmente à realidade alheia, não excluem ou diferenciam ninguém em meios termos. Desse modo, Sejam bem vindos com grande arroubo desde nefelibatas a ardilosos. Desde os mancebos a donzelas, Desde o velho ao novo. Desde o pobre ao rico, Desde o belicoso ao apaziguar, Desde o impuro ao puro, Desde o claro ao escuro, Desde o fugaz ao permanente, Desde o ígneo a água, Desde o insolente ao mais agradável das espécies, Desde o pachorrento ao mais estressado, Desde o pedante ao modesto, Desde o petiz ao idoso, Desde a radiola ao aparelho de som, Desde o balón ao cóton, Desde o ternal ao oxford, Desde o pândego ao triste, Desde a sumidade ao qualquer, Desde o taciturno ao eloqüente, Desde sinonímias a antonímias.
Acho que encontro-me em um final tangencial, excruciante até. Não admitiria finalizar com simples vocábulos vans, não. Que seja o mínimo perfeccionista possível, se não o é, faça-se. Se não se faz, procure ao menos tentar fazer. Tente. Ao menos terá uma história a contar aos tolos de plantão. Afinal, tentativas por mais errôneas que sejam não deixam de ser tentativas, tampouco lhe retiram seus créditos.
Parece que a pronuncia do TENTAR tem efeito êxtase em seres humanos, comprovação nada empírica ainda, mais hipotética.
?- Amigo, arranjou trabalho ? – Não, não. Mas eu bem que tentei. – Ah.. Isso é o que mais importa.?
Por bem ou por mal deve-se ?conjugar? bem tal palavra, não a use como forma de se livrar de problemas. Ao contrário. ?Tentar? obviamente seria e é muito grandiloqüente e eficaz, porém, não limite-se em tentar mas realizar, não apenas em deixar-se seduzir mas seduzir, na palavra propriamente dita. Não permita que o ?tentar? seja apenas pronúncia de quem foi e não conseguiu, mas de quem foi e verdadeiramente tentou.
Afinal, para mim o final não existe, é tudo início e meio, sem necessidade recíproca de um fim, desfecho. Ou seja, tente o quando puder, pois como não há final você verá que sempre o meio não é o suficiente, haverá uma vontade boa de querer ir sempre mais além. E o além Graças a Deus não pode ser medido, pois então não haveria nenhuma graça. Try.
PS: Aos poucos instrutivos no assunto e que não entenderam coisa alguma do que foi dito logo acima, subtenda-se. Ou melhor, ouse procurar os significados das palavras que crer de difícil definição no que aprecio em chamar de : ?Pai dos Inteligentes?. Afinal, conhecimento a mais nunca é demais . Boa longeva procura aos leigos de plantão !
Adicionar pensamento