Ana Carvalho: ah meu coração? que nem vermelho é…

ah meu coração? que nem vermelho é mais. nem branco. nem preto. bate assim? listadinho! e bate tanto?. eu tenho uma arquibancada dentro de mim. tenho um estádio, um hino. alguns refrões tolos e lindos? Tenho o Willy Gonser, o Alberto Rodrigues e até o Galvão Bueno dentro do meu coraçãozinho listradinho. Já perdi a conta dos palavrões e dos galateios que destinei-os.

Ah? quando as buzinas tocam. quando os meninos gritam. quando as bandeiras sacodem? quando eu asseno e quase choro. Quando eles dizem aos prantos: ?sooobe galo?. e eu sinto tanto orgulho dos que rasgaram a carteira de torcedor, e no outro dia voltaram roucos de tanto cantar o hino preto e branco? como se pedissem desculpa pela heresia.

Eu me encanto, e não me canso de encatar? por toda essa gente preta e branca, que dorme na fila, que grita, e chora, e canta, e luta, e acredita!!!

Já vi atleticano chorar e enxugar as lágrimas na bandeira? Já vi atleticano com as mãos juntas e os olhos fechados dizendo ?ave atlético cheio de graça?? já ouvi promessa, mandinga, novena, simpatia. Só nunca vi atleticano calar. Porque esse povo tem eletricidade, raça, expressão. Tem garra! e por mais que eu faça, por mais que eu diga, ninguém nunca vai entender o bater preto e branco do meu coração.

Porque eu posso até votar no Lula, virar homossexual, vegetariana, evangélica? mas não deixo meu galo, nem se ele voltar a ser um time de fundo de quintal. Porque eu tenho essa tal de ?raça? que dizem por aí.

Enquanto houver uma camisa preta e branca pendurada no varal durante uma tempestade? eu vou estar na lá? torcendo contra o vento.

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