André R. Fernandes: Natal Triste de Uma Mãe (André R….

Natal Triste de Uma Mãe (André R. Fernandes)

O home theater toca melodias tristes Na sala de jantar do apartamento. Vejo as rosas no mini canteiro da janela Colhidas e adormecidas sobre o frio…

Vou em direção à biblioteca Ler a obra de Clarice Lispector, Contudo as páginas estão amarelíssimas. A minha casa está monótona!

Sento diante do computador Para escrever crônica para o Jornal de grande circulação. ? Mas não dá, não sei por que.

Pego a jaqueta do guarda-roupa Vou em direção ao elevador Levo comigo o iPhone, Para ouvir Kari Jobe;

Chegando a porta principal Do prédio; eis que vejo Sentada na sarjeta, uma mãe Lagrimejando copiosamente.

Ela soluça sem cessar. Em mãos tem uma fotografia Passa sua mão para tirar o aguaceiro Dos seus olhos. E continua a carpir.

As pessoas passam por ela Mas não paravam para indagá-la. Porque o egoísmo falava mais alto Em seus corações.

Aproximei-me dela, recebeu-me Educadamente no momento de dor. Apoie meu braço direito no seu ombro Fiquei ali, até ela parar de chorar,

Não delegou muito. Disse-me que chorava Por causa do filho que morreu na noite De Natal, em quanto comemoravam o aniversário Dele. A foto que tem na mão é do filho,

Falecido aos vinte e dois anos idade De um terrível ataque cardíaco Que teve na noite natalina. Ausentou-se sem dizer: ?adeus!?.

Ali sentado na sarjeta Ela falou que não tem vontade De viver, e que suas noites de natal Já não serão como era dantes.

A mãe tira da algibeira da jaqueta O poema escrito à mão pelo filho Com título ?A Morte Não É Nada?; Pois conhecera o autor do poema.

Deu-me o poema; e guardou a foto do filho. Levantou-se calmante, ajeitando a jaqueta. Olhou para mim. E, me amplexou! Naquela noite, a neve deu uma trégua.

A mãe foi sumindo em meio à multidão. Já eu corri de volta para o apartamento Joguei a jaqueta no sofá da sala, Tomei o assento, abri o computador

E comecei a escrever a crônica, Descrevendo a história daquela Mulher que pranteava sem parar Com título: ?Natal Triste de Uma Mãe?.

Depois de ter saído no jornal a crônica. Eis que surge na livraria ? àquela mãe que Chorava intensamente. Abraçou-me. Beijou-me. Relatou que amou a crônica que saiu no jornal.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *