TE AMO
Te amo como criança que molha as puras mãos no riacho, acreditando tocar a lua, através do seu reflexo. Como seus ser alado jamais visto pelo homem, entoando cantos jamais ouvidos, se ponha a pousar sobremesa ombro e depois escorregasse para dentro do meu peito e ali habite para sempre.
Te amo como mão quero partir acena em adeus ao longe, antes de perder a figura do ser amado. E. assim eterniza o gesto na curva da partida num triste e longo adeus, perante a manhã que, esbranquiças, no caminho, espelha, os sonhos vividos a distância.
Te amo como amante debruçando sobre teu seio, ah mulher, amada, para sentir o instante da pura ausência quando fremido do prazer dos sentidos esquecem o coito alucinante dos corpos e vão adormecer, profundamente, envoltos pelo manto azul da noite.
Te amo como condenado a morte que na execução traz o último pedido solto em forma de benção ao algoz. A morte e a brisa ventilada sobre o alçapão que me acolhe com seus braços de Ramos vivos. Uma morte temporária, como as tempestades na floresta que antecedem o cio das flores.
Te amo como lugar onde te serve como solo. Um solo fértil para te semear, semear as sementes do teu coração, As semente se nutrindo de seiva branca para fecundar-te, E, depois, romper das entranhas o amor infinito dos deuses que desce em sonho e abre em carne celestial.
Te amo como brisa matutina, brilhando sobre um novo um dia que jamais surgiu, mas existe translúcido nos olhos dos náufragos, dos loucos, dos poetas, dos perseguidos e humilhados, dos que têm sede e fome dos desesperados, porém que têm os olhos presos na aurora.
Te amo como outono diante de secas folhas caídas d’Água da tua alma. E, na quietude do meu espanto, sustento a fúria do mundo. Parece como os instantes que antecedem o fim, como a morte. Porém é o preparo para adormecer no inverno e na próxima estação florir e, no fim, iluminar.
Te amo como passado em que as lembranças são arrepios desvendados no presente, através de prazeres incontidos. A sombra que mostra a vida como o escurecer da noite em busca da aurora do futuro. que tinge a madrugada de luz. E a escuridão que nasce Clara no ventre da manhã.
Te amo como dor infinita por sentir a falta do seu corpo. Sinto-me esquecido e aves do céu que fogem de mim quando se aproximam seus cantos estão mortos. Uma dor de ausência dos teus olhos, quando do amor de nossos corpos. Teus olhos que abrigam as chamas do crepúsculo.
Te amo como perda que me faz lembrar das noites em que amei teus olhos castanhos e agora ouço a noite imensa. mais imensa sem ti. É assim choro sobre minhas mãos vazias e são mais vazias sem poder tocá-la. Estou triste meus pobres versos caem na alma como o orvalho na madrugada.
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