A CERTEZA DO TEMPO
Quando a noite o silêncio ensurdece e A solidão é apenas mais uma praga. O relógio, infame, a negra renda tece Sudário de ouro, cobrindo a adaga.
E do fundo da cisterna úmida e fria A dor da existência amofina a cerne O pêndulo nunca trouxe paz e alegria Necrose dos ossos!_ Vigia o verme!
Julga incivil meu dialecto de vil poeta…! Espera, então a insanidade da velhice… Onde o tempo é morte. Lenta. Mas certa!
Quando já não há sol nem luz no nascente Tudo é tal e qual quanto fora sempre… Fastio penoso. Apatia. Fim decadente!