Sob finas mortalhas
Desçam sobre ela as cortinas do tempo Desfaçam de uma vez este amaranhado Tudo já não é senão uma ironia do vento Um lapso. Só isso. Funesto e mal contado!
Rasguem ,pois as folhas deste velho livro! Queimem o papel… Varram suas palavras. Que não reste nada. Nem um pobre crivo. Deixem a poesia e o resto às bestas larvas.
Pois do que foi feito da mulher amante? Que cantava o amor com os lábios carmins? Feneceu. Só. Como morrem os instantes…
Nunca lhe escrevam poemas. Versos,rimas. Não plantem para ela, flores nos jardins… Desçam pois, já, as mortalhas. Negras e finas!