Anna Flávia Schmitt Wyse Baranski: O tempo cria a sua própria margem, Ele…

O tempo cria a sua própria margem,

Ele constrói a sua própria ponte,

E concede ao amor a gentil passagem,

Colocando os destinos em ciranda,

E fazendo rimas com perfume de lavanda.

Na regente sinfonia, no ápice do amor,

E no pico da extâse – não me deixes,

Porque esse prazer não pode passar

– em branco –

[ele deve ser vivido nas fendas],

E saboreado nas [boas entrelinhas]…

Deixa-me escrever sobre nós em teu

Corpo, e não se pônha em fuga!…

Quero ser tocata na boa ré [maior],

E não me faço de rogada se como presa

Eu for executada em ré [menor]!…

O teu olhar rapino encontrou a vítima

perfeita [em pleno desamparo],

Talvez eu não alcance as vielas estreitas

Do teu coração [altar oculto],

Derramada diante dos teu olhos escuros,

Faço de tudo e desfaço-me de tudo,

Arrisco-me nesses versos vadios

Para um dia ser tua – e serva desse amor,

Despudorado que é o dono desses versos desnudos.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *