Transbordo porque as horas correm depressa…
E nelas aguardo por ti – estou no amor submersa,
– a etérea ligação é que me mantém
– no teu coração –
É porque somos uma história
De espera por uma desejada e terna danação…
Todos põem gritos nas poesias – nós somos
Diferentes porque recorremos aos bons ais
Altissonantes para compôr o sinfônico
Embalar da sedução – somos por acaso ousados?
Não somos por acaso,
Somos filhos das virações das noites,
Não nascemos por acaso,
E como somos ousados não temeremos
Em ser precipitados…
Existem acontecimentos
Que só a nossa constelação explica,
– acho que encontrei você
Por pura lei da física – ou metafísica;
Corremos nós dois para a nossa ilha
Que é a nossa poesia intimista,
Que nos ‘santifica’.
Como frutos de amores e de amplos
Consentimentos – assim nascemos…
Nos atrevemos com os corações sedentos
De luz e de amar – e para tal nos escolhemos
Como os campos clamam pela chuva,
E se deixam cuidar pela ternura dos orvalhos,
E apaixonados se aquecem bem abraçados….
Nós temos bom gosto e um romance atemporal
Circulando em nossas veias, e sendo cúmplices
De um amor capaz de fazer inveja,
De apaziguar as ventanias e de inundar o mundo
Com as nossas alegrias – e doces heresias…
No bailar dos astros, somos o rebolado,
Porque já vivemos o suficiente para manter
O jardim do amor bem cuidado e resguardado;
E fazer dele com o nosso jeito: um éden inteiro.
É verdade, nós nos escolhemos como os olhos
Encontram (uma agulha no palheiro)
Entre os meus versos e teus aplausos
lisonjeiros – galanteios.