Antonio Montes: ACABADO Sem dinheiro, estou solteiro…

ACABADO

Sem dinheiro, estou solteiro absolvido do meio… Vou marchando, sob o peso do meu arreio. Sem dinheiro… Sou um jogo, um jogo desprovido dos ouvidos, entre sopapo, e sinal destecido. Sem dinheiro… Sou um tiro p’ra escanteio passos descalços, sentimentos baixos imprensados, sob peso de saco. Sem dinheiro, sou… Barriga colada nas costas fome comandando um tic-tac de uma fraca horta. Sem dinheiro… Vou pelo caminho em passos fracos ventos espanando minhas lagrimas galgando a minha sombra, que a tarde se distancia de mim… Levando meu saco de esperança me aproximando do fim.

Antonio Montes

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