Augusto dos Anjos: A um carneiro morto Misericordiosíssimo…

A um carneiro morto

Misericordiosíssimo carneiro Esquartejado, a maldição de Pio Décimo caia em teu algoz sombrio E em todo aquele que for seu herdeiro!

Maldito seja o mercado vadio Que te vender as carnes por dinheiro, Pois tua lã aquece o mundo inteiro E guardas as carnes dos que estão com frio!

Quando a faca rangeu no teu pescoço, Ao monstro que espremeu teu sangue grosso Teus olhos – fontes de perdão – perdoaram!

Oh! tu que no perdão eu simbolizo, Se fosse Deus, no Dia do Juízo, Talvez perdoasses os que te mataram!

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