Augusto dos Anjos: Soneto Ao meu primeiro filho nascido…

Soneto

Agregado infeliz de sangue e cal, Fruto rubro de carne agonizante, Filho da grande força fecundante De minha brônzea trama neuronial,

Que poder embriológico fatal Destruiu, com a sinergia de um gigante, Em tua morfogênese de infante, A minha morfogênese ancestral?!

Porção de minha plásmica substância, Em que lugar irás passar a infância, Tragicamente anônimo, a feder?!…

Ah! Possas tu dormir, feto esquecido, Panteísticamente dissolvido Na noumenalidade do NÃO SER!

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