Fantasma
São nas tardes de domingo, no pensamento vazio Que você surge Voraz Depois de dias inertes
Vem com um estalo Um alfinete sob o lábio E chove E entra Sem medo, sem precisar
E eu me lembro Dos seus traços, dos seus braços Dos embaraços Entrelaçados Desgraçados
Será que um dia terá pena e deixará de espetar? Ou será para sempre a roseira morta que tenho no jardim?
Agora vai, mas um dia volta E bate na porta vestido de esperança Com um sorriso maldoso que traz na manga A ponta conhecida da lança.