Aurora Franco: Fantasma São nas tardes de domingo, no…

Fantasma

São nas tardes de domingo, no pensamento vazio Que você surge Voraz Depois de dias inertes

Vem com um estalo Um alfinete sob o lábio E chove E entra Sem medo, sem precisar

E eu me lembro Dos seus traços, dos seus braços Dos embaraços Entrelaçados Desgraçados

Será que um dia terá pena e deixará de espetar? Ou será para sempre a roseira morta que tenho no jardim?

Agora vai, mas um dia volta E bate na porta vestido de esperança Com um sorriso maldoso que traz na manga A ponta conhecida da lança.

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