IRA
Surgiu do leito do rio sem margens Cantando a serenata do silêncio, Do mar de desejos que a pele esconde, Trazia sal no corpo inviolável.
Banhando-se no sol da estranha tarde Cabelo aos pés mulher completamente, Tatuou nas retinas dos meus olhos, A forma perfeita da tez morena.
Com a lâmina dos raios penetrantes, Arando fortemente as minhas carnes, Espalhou sementes de dor e espanto.
Deixando-me abraçado à sua sombra, Desceu no hálito da boca da argila E, ali, adormeceu profundamente.