O Palhaço Perdido
O palhaço desajeitado sobe ao palco Do teatro meio ensandecido, Sob a luz do ambiente escurecido, Ouve a voz feminina de um contralto.
Suas mãos espalmadas sobre o peito, Expressam a surpresa do olhar, De ouvir um passáro a cantar, A beleza e a ternura de um jeito:
Doce, sútil e feminina, Mas com um leve tom mais grave, A voz da jovem como um alarde, Anuncia a simplicidade da menina.
Entra a dançarina ao som suave Da música que liberta os grilhões, Aplausos agora vem aos milhões, Rodopia pelo palco ao som do grave.
O palhaço sorrir tímido e assustado, Vê a bailarina dos seus sonhos, Mas o sorriso assim meio tristonho, Foi por não lhe ter cumprimentado.
Segue a programação da peça, A voz e a bailarina se apresentam, Mas o palhaço ainda meio desatento Não entra no contexto desta.
Finalmente chega o fim e a glória, Sai a bailarina e a contralto, Senta o palhaço ali no palco E começa a contar a sua história.