“Sem platonismos, nem zen-budismos: quero que pinte o amor Bethânia, dançar de rosto colado, pegar na mão à meia-luz, desenhar com a ponta dos dedos cada um dos teus traços, ficar de olho molhado só de te ver, de repente e, se for preciso, também virar a mesa, dar tapa na cara, escândalo na esquina, encher a cara de gim, te expulsar de casa e te pedir pra voltar. Ando tomado por emoções-Behtânia. Essas que estão morrendo à míngua, porque não é moderno ter emoções. Não é in sentir amor, envolver-se. Ficou out dizer coisas como “quero ficar com você e é tão fundo que eu posso dizer que o fim do mundo não vai chegar mais” ou “quando os caminhos se separam; não tem razão que dê mais jeito” ou “é tão difícil ficar sem você; o teu amor é gostoso demais”. É burro cantar coisas que eu, tu, ele, nós sentimos? É brega ter desejos e carências e dores e suspiros assim, de gente? Sentir não é brega. Ao contrário: não existe nada mais chique. Emocione-se e seja o rei da sua insensatez. Bem, é só. Aceite um milhão de beijos. Abraços em todos daí.”