Sozinha na multidão Como tantos outros A sós consigo mesma Esperava por resgate
Soprou a mensagem Qual será o destino?
Naufragou numa ilha Mas sonhava sair dela Seria possível?
Imaginava-se voando Encontrando a paz Desejada paz de alma Idealizava o bem viver Que ali não poderia estar
Juntou-se a outro náufrago Compartilhavam tal propósito Deram as mão Eram fortes Seguiram com esperança
De início planejaram Dia após dia, pouco a pouco Traçaram uma rota Detalhes e mais detalhes
Arquitetaram uma embarcação Testaram por precaução Era hora de esperar O dia perfeito chegaria Iriam embarcar rumo a paz
Quanta expectativa Viveram naquela agonia Por longos tempos Enfim o tal dia se aproximava Conforme precisos cálculos Seria no próximo entardecer
Eis que surgia o esperado crepúsculo Que fascínio Um lindo céu de batata doce Observar era como fazer uma prece Era como estar em transe
Quando se deram por conta Tarde demais, que sorte Foi-se o tal momento perfeito Não embarcaram, nem esbravejaram Tudo era fantasia A paz que tanto almejavam Dentro daquela velha ilha estaria?
Não foi necessário embarcarem rumo à paz A paz embarcou rumo a eles Invadiu suas almas com sutileza O esperado pôr-do-sol Foi mesmo digno de espera Tal qual realeza