Os amigos
Amigos cento e dez, e talvez mais, Eu já contei. Vaidades que eu sentia! Supus que sobre a terra não havia Mais ditoso mortal entre os mortais.
Amigos cento e dez, tão serviçais, Tão zelosos das leis da cortesia, Que eu, já farto de os ver, me escapulia Às suas curvaturas vertebrais.
Um dia adoeci profundamente. Ceguei. Dos cento e dez houve um somente Que não desfez os laços quase rotos.
– Que vamos nós (diziam) lá fazer? Se ele está cego, não nos pode ver? Que cento e nove impávidos marotos!