O Fio das luas
Sabe eu queria te trazer um presente De repente percebo seria um passado? Algo que pudesse de uma forma… tocar Uma lembrança algo além do olhar
Então chamei o vento veio de longe cansado Suave ainda que ofegante alcançou minha face Permiti que entrasse e num sopro ele se foi Senti que ele aguardava mas só consegui ali dizer oi
Não sabia com certeza precisava antes Encontrar o caminho do mar e Longe era a distância do meu deserto Até que o vento me mostrasse o que era certo
Clamei pela noite onde as sombras se encontram O fio das luas conectando planos e desejos Decidi então que toda aquela poeira e todos aqueles gravetos Deveriam seguir rio abaixo encher de vida meu esqueleto
Nas mãos tenho a chama que aquece a mistura Reúno as letras desconexas e as direções erradas que tomei Por entre pequenos pedaços de respiração acrescento a melodia Não a noite nunca chega enquanto não se der por afogado o velho dia
Na madrugada de outro sonho O vento toca outra face Tinha aspecto de uma criança aprisionada ao chão De olhos fixos e sorriso aberto ao giro de seu peão
E foi já quando o dia se deu por vencido E o vento já saía de dentro de mim Que pude ouvir aquilo que te deixo como recordação Um presente um passado algo insano que o vento me disse ser uma canção