Não sei qual é o pior dos sentimentos Mas posso afirmar que já sangrei sozinho Me cuspiram como já cuspi Me cortaram como já cortei Mataram meus sonhos, mas já fui assassino
Sempre me entrego Sempre me ferro Sempre choro Sempre me nego
Um dia após o outro Com inspirações de romances terceiros Solitário observador Egoísta cego Que só enxerga o terror
Vivendo de momentos felizes, sem plenitude Viajando num sonho sem atitude Escalando um monte sem cume Caminhando numa estrada sem fim Dando voltas em dejavús Nadando num mar depressivo Onde se encontram amigos Mas não um abrigo Várias pessoas e ninguém Imensa solidão Tristeza que vai além
Independente do clima, sempre estará frio aqui dentro Medo tão grande do amanhã que me dá calafrios Desgosto tamanho, que me dá arrepios Tão despercebido, passei e ninguém me viu
Me eu lírico é tão dramático Que piedade não tenho de mim Sou eu que faço minhas escolhas, e sempre será assim
Vou fugir atrás da felicidade Mas ela sempre foge de mim Vou me estagnar, talvez ela queira me conhecer. Talvez.