Christinny Olivier: COMPLEXO INDÔMITO Não reconheço mais…

COMPLEXO INDÔMITO

Não reconheço mais a ponte… Nem a dimensão dos sinais Translocados no frio Permeado em meus ossos, Instalado no estalo Dos dedos, dos passos Trôpegos nas ruas anuviadas.

A razão estoura seus desígnios Em poça d’água lamacenta, Resvalando a placa de saída Que insinua-se descaradamente…

Mas você não vê! Não entende! Não crê!

Desfaz asas de papel Em chuva de sentenças Inexistentes. Tua carranca imersa Em teimosia, Prefere ladrar em campo abstruso, Ignorando anseios Em minhas mãos estendidas.

O lago congelou… Travas enferrujaram Tantas flores secaram… A árvore renegou o fruto! Um borrão consolidou o nada… O silêncio castiga os isolados.

Pessoas temerosas se encondem Do bicho homem, Em suas cadeias residenciais. Somente os lobos avançam… Tomam de assalto a cidade, Buscando sangue para Grafar heresias em muros calcificados. E você… Preso a insistência de morar no escuro, Tropeçando em musgos e raízes Remotas da natureza esquecida.

No vórtice de palavras, Tudo que sinto é exposto, Como se pudesse abarcar Teu inextricável oculto. Sentimentos enclausurados Nos cacos da noite, Transitórios em teus olhos duros Relutam – lutam – relutam!

Todos os augúrios da língua, Sumida a sombra De demônios despertos, Agigantados ao som da meia-noite, Tentam me afugentar Diuturnamente.

Eu não temo!… Não vou recuar!

Conheço bem a essência Embutida as defesas De tua casca dura, Posso ler as entrelinhas doridas Nos lábios sombrios, confusos No riso forçado, intermitente.

Enxergo perfeitamente A flor branda no esmalte Dos teus dentes.

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