Considerações póstumas a uma paixão
Quando eu romper o fio que me prende a terena existência, e minha alma liberta naturalmente encontrar seu caminho, não quero que lágrimas demonstrem que me tens carinho, não me honras o troféu de sua tristeza em minha reverência…
E quando a lousa fria vier a refletir a prateada reluzência, não percas seu sono, ainda conservo por ti o mesmo aninho, não me agraria teu sofrer, nem me orgulharia o teu definho, se dedique-lhe amor não foi pra que fizeste dele penitência…
Se o destino ingrato não nos deu sequer direito a despedida, ao menos sei que terás boas lembranças de nossa trajetória; sei também que sentirás pelo que não fez por mim em vida…
Mas aos poucos merecidamente, seguirás com tua história; e minha ausência sem que percebas não mais será sentida… Pois o tempo… É o funeral para sempre da memória.
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