Crys de Almeida: Faxina pra ela chegar. Ele estava la,…

Faxina pra ela chegar.

Ele estava la, sentado com seus milhões de idéias. Com a cabeça encostada no tédio, de tanto que as coisas se repetiam. De tanto que ele tava cansado, sem muita expectativa de novas surpresas. Afinal, era todo mundo tão igual e previsivel.

E as coisas tao parecidamente identicas. Como ver a Lagoa Azul, mais uma vez. E ele se dopava de risos, whisk’s, cigarros, e tanto mais. Pra ver se ficava tudo menos chato.

Ae, quando ele tava lá, tão conformado com a chatice. Com aquele cigarro acabando na mão, esgotando os pulmões, esgotando o tédio, esgotando o tempo na internet e a paciência dele.

Ele olhou pro lado. Ele olhou pra ela. Ae, ele sempre lirico, se deixou levar. E por que não? Se ela estava lá. Aquela imponente presença de dedos longos e finos segurando, um cigarro que parecia queimar a paciência dela e o tédio dela, tanto quanto o dele. Pessoas tão diferentes e ele via ali, tanta coisa em comum.

E agora, ele estava preso. Ele que tanto falou em ‘finalmente liberdade’. Estava ali entregue, sem lutar, por vontade própria. Ele estava ali, e tinha se esquecido do tédio, tinha se esquecido de encostar a cabeça. Ela havia trazido naqueles olhos vivos, a vontade da renovação. E ele queria se renovar, queria mudar tudo, pra que quando ela viesse pra vida dele, ela encontrasse tudo de alguma forma, arrumado pra ela.

E agora, lá estava ele, faxinando tudo. E esperando ela chegar.

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