EFÊMERA, A VIDA
Um mar nunca será o mesmo. Logo que vem, já, apressado, vai; E suas ondas escapam pelos dedos. Seu rastro fugaz de areia e bolhas Que mal cabe no tempo, só traz o brilho De toda a sua grandeza efêmera. Porquê o que temos do que somos É somente essa dor quimera? Porquê desse falso brilhante, o raro brilho Do que vemos, até o amor engana? Breve, a sombra do arco-íris, ao olhar inocente da vida, na face mundana, O seu esplendor e efervescência: Lembra inútil, a beleza de vê-la acreditar Como o rótulo de um famoso vinho Se, antes de bebe-lo, provamos apenas da sua aparência.