Dária Agra: “Dária acordou chateada. O dia…

“Dária acordou chateada. O dia tinha começado errado. O tempo não passava, as nuvens cinzas estavam baixas. Ía chover. Talvez, se as nuvens fossem rosas, ou quem sabe laranjas, ela pudesse dizer que seria legal o dia. Mas eram cinzas e ficavam mais escuras enquanto o tempo se arrastava. E tinha a chuva que vinha? Se ela não fosse tão fria, tão triste e tão molhada, talvez Dária gostasse dela. Se tivesse gosto de morango com chocolate e sorvete de creme, se tivesse cheiro de jasmim, quem sabe não mudasse tudo? Mas era apenas chuva, molhada e fria, e o cheiro de asfalto molhado. O dia está sendo meio parado, sem muitos assuntos, sem muitas tarefas, sem muitos sonhos… O tempo talvez fosse um velho barbudo de pernas cansadas querendo uma cadeira para descançar. Talvez fosse uma criança entretida com um brinquedo. Só o que Dária sabia é que hoje o tempo estava distraído, tinha parado pra conversar, e ela queria que ele andasse mais rápido. Ela queria que o dia terminasse. O dia chuvoso, cinza e lerdo. Dia de ficar na cama sonhando acordada e fingindo que está dormindo.”

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