Metástase de Antíteses
Seu amor procarionte, primitivo e invasor Dribla minhas defesas, acopla em meu receptor É inflamação, é agonia Furor, calor e rubor Displasia, doença periférica, descarga adrenérgica De onde vem essa dor, mialgia que irradia? Paralisa os músculos mas dispara o coração Nódulo sinoatrial não orquestra essa paixão Ela salta em grand Jeté nas sinapses a correr Como fungo no cultivo já não para de crescer GABA, Acetilcolina, Lobo posterior, Norepinefrina: Já sinto sinais de dor Excitação que não termina: Não secreto endorfina Discernir já não consigo: Tô nas mãos do inimigo! Macrófago, Neutrófilo, Basófilo? Suprimiu meu imunológico? Homeostase, neurohipófise, me controla por favor! Vencerei o invasor ou sucumbirei ao teu fervor?
A respiração controlo, Mas um vírus vil, covarde, Usa permissividade Seu hipoglosso me invade,
Então imunossuprimido, sou um soropositivo O meu sistema se entrega e o exagero exacerba O corpo estremece, a vista enuvece E nessa presbiopia, como septissemia No sangue, anestesia e a alma entorpece
Com meus ATPs sem fósforo, Sou sua fêmea esquistossomo, no seu canal genicóforo Faço quimiossíntese Eu aguento, aumenta a dose! Essa metástase de antíteses Já virou uma simbiose Testosterona, ocitocina O corpo faz o que pode
Desisti de te deter Invasor, muito prazer! Com carinho eu me aninho sutilmente em seu colo Me excita, fagocita! Sou sua área de lazer, venha sempre me fazer Hospedeira do seu ser!