Baú de Sonhos…
Quantas inquietações e dúvidas deveriam pairar sob a cabeça de alguém supostamente maduro o suficiente para não se deixar absorver por questões existenciais? Há tempo para se deixar a imaturidade? Há tempo em que não se é permitido oscilar e involuntariamente boicotar os próprios caminhos? Esse tempo é deveras esperado. Como se se buscasse algo nele que freiasse as atitudes (ou falta de…) que não levam a lugar algum e fazem a vida estacionar num marasmo absurdo, num nada construído, num amontoado de sonhos guardados no fundo de algum baú abandonado num porão qualquer. Ah…mas a vontade que se tem é de parar, sentar… A sensação é de cansaço, exaustão por nem ter tentado. Essa é a pior forma de sentir-se cansado, é quando se percebe que pouco foi feito pra que os sonhos não tivessem ido parar num baú abandonado e não se encontra coragem de ir buscá-los. Talvez eles nem queiram mais sair de lá. Estarão melhor assim guardados do que aniquilados numa tentativa frustrada. Ali, inerte à beira do caminho, é a hora exata de decidir: trazer os sonhos pra onde se possa ver o Sol, ou se esconder com eles em seu abrigo escuro, onde nem se vê uma fresta de luz que seja um indício da vida passando?