Poema do Desespero
Longe! Vai para longe… Sai! Sai como quem foge ao mundo Tal como foge o monge para se tornar eremita… Para se tornar tão só Para se tornar tão ele.
Parte… Parte para longe de mim Distante… Perto do fim. Ou para lá Da dimensão fechada. Deixa-me! Larga-me!
Estou em perfeito desespero… Perfeita amargura, tristeza, solidão, Angústia, penura, aflição, agonia… E ainda permaneces. Prendeste, agarras-me…
Posso até chamar-te… Não me ouves chamar-te? Responde-me, então… Vem até mim. Quero-te perto de mim… Sentir o teu perfume deambular Pelas minhas narinas… Sentir o teu olhar destruir-me As retinas molhadas… Sentir o teu respirar nos meus poros, Suave brisa que corre meus pêlos Fortes em corpo frágil… Agora vem!
Vem! Quero ter o prazer De te ver sofrer como sofro! Desespero por sentir tamanha vitória! Anseio por te ver no chão Pedindo misericórdia… Mas deixa-me… Só quero que me deixes.