Ato de Caridade
(Djalma Andrade – Minas Gerais – 1894-1975)
Que eu faça o bem e de tal modo o faça, Que ninguém saiba o quanto me custou. – Mãe, espero de Ti mais esta graça: Que eu seja bom, sem parecer que o sou.
Que o pouco que me dês, me satisfaça E, se do pouco mesmo, algum sobrou, Que eu leve esta migalha onde a desgraça Inesperadamente penetrou.
Que a minha mesa, a mais, tenha um talher, Que será, minha Mãe, Senhora Nossa, Para o pobre faminto que vier. Que eu transponha tropeços e embaraços: – Que eu não coma, sozinho, o pão que possa Ser partido, por mim, em dois pedaços!