É irônico pensar que ela fugiu, Surgiu na noite, mas fugiu na aurora. Ela, abusada é ela Que me envolve com um olhar, e que olhar! Tão doce e meigo, mas ao mesmo tempo gigante e grandioso, possuidor de segredos Segredos esses que eu desejo fazer parte Olhos negros, olhos sombrios No instante que se vai, a quero de volta, com uma absoluta insistência, obsessão Eu a quero e a temo Temo perde-la, mas acima de tudo temo não tê-la ao menos uma vez E toda vez que ao acordar não a vejo É esse desespero, é esse horror que invade o meu corpo e me domina Eu quero controla-la mas não posso nem me controlar Imagina-la é um prazer torturoso, é uma tortura prazerosa O que me resta é lembrar de seus olhos brilhantes, olhando Uma última vez, para mim.