O paciente que chega ali, à frente do médico, é um somatório: dor, ansiedade, sofrimento, expectativas, angústias… É um livro complexo, que precisa ser lido com cautela e na linguagem correta, sem ser tendencioso, mas incisivo. Em última análise, busca o alívio e não necessariamente a cura, busca uma resposta, mesmo que não definitiva ou aquela que queria ouvir… Cabe ao médico ter um olhar atento, saber escutar mais e falar menos, perguntar de forma seletiva, examinar e examinar, como um cientista que faz uma pesquisa para comprovar uma suspeita. Isso, na realidade em que vivemos, pode ocorrer em diversos e adversos ambientes: a fila lá fora está grande, trata-se de uma emergência, o sistema não ajuda, o exame não existe… Enfim, essa relação é complexa (por mais simples que o caso possa parecer), porque envolve dois seres humanos: um em busca de respostas e de alívio, o outro ansioso para consegui-las, mas limitado. E a pior das limitações, amigos, é o sistema. O médico sabe qual caminho trilhar, mas o paciente nem sempre tem a sorte de ter nascido no lugar certo. Que persista, ainda assim, a empatia, a boa vontade… Estes são medicamentos baratos e acessíveis, estão ali na prateleira da história do que examina.
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