Ele quis brincar com a vida Ele quis jogar com o tempo E, tentando enganar o mundo Lançou seus dados redondos Sem sorte, que tarde trágica contou com as cartas e mágica Deparou-se, de repente Com a morte Frente a frente Mas o que a morte não sabia Era que o tolo não sentia Nenhum medo ao contemplar Sua imagem, tão sombria Na tarde daquele dia Confundia uma inútil coragem com vaga sabedoria Ele quis brincar com a morte Ele quis jogar com a sorte Quis impressionar o Mundo E chutou sua bola quadrada Tolo esporte, que tarde trágica! O destino, sem espírito esportivo Não perdeu a chance Já que alguém lhe deu motivo Tirando do bolso a ampulheta constatou que seu tempo cessara E a tarde, no campo da vida Recolheu-lhe A alma atrevida