Eu não sei Pra que servem as coisas Que eu sei Vou levando a vida Em fogo brando Teimando em buscar Algo que insiste em se esconder: Um brilho de olhos Tão tristes quanto os meus E os teus teimam em recordar Muitas cenas esquecidas desta vida Que apesar de hoje, branda Ainda queima Creio que jamais vi de perto A sanidade plena Pois Mesmo em épocas amenas um mais um Jamais somaram dois, completamente A vista engana A memória mente E eu, simplesmente desconheço razão ou utilidade prática Pra esta insana matemática E qualquer outra ciência. Nunca sorriu-me Qualquer chance de escolha A queda da última folha Quase sempre além do alcance Apesar de tudo que hoje eu sei O desenlace me parece Aqui dentro e ao mesmo tempo tão distante Vida esquecida drástica e elástica Revoltas que dão duas voltas e voltam O dia amanhece A vida prossegue adiante Com suas celeumas e chamas infames Uma espécie de charme Que queima
Edson Ricardo Paiva