Não é somente a imagem do espelho A refletir uma memória sempre viva É a palavra que fere A história tantas vezes repetida E não melhora nada O Sol pintando o Céu de vermelho Não traz agora, a tonalidade de ontem Não é o fato de tirar o melhor que puder É preciso sempre um pouco mais É a saliva que seca No pecado da boa intenção Simplesmente esquecer Relegar Deixar de lado o medo de ferir É a ferida em segredo Escondida, sabe Deus, onde Numa vida onde nada se oculta E também que nada esconde eternamente É essa dor eterna e imperativa Uma ferida viva O coração machucado a bater dobrado Esse sim, escondido em sua dor Que não se cala Oculto A falar alto desse jeito Em revolta quase perfeita Guardada e calada, aqui dentro do peito.
Edson Ricardo Paiva.