Tenha Karma!
Disse o Camponês, tentando usar o Inglês para corrigir o Português. Saiu dos campos em prantos, pois na sua época não haviam pratos para ofertar aos santos… Como todo pai, considerava-se importante; deixou seu lado rompante e virou Protestante. Protestava contra tudo! A vida sem dilemas jamais terá conteúdos, falava o homem, meio sisudo. Protestou tanto, que um dia ficou num canto, tomando sopa de canudo. Estado Vegetativo… Melhor que Estado Islâmico, vociferou, quase sem voz. A dor era atroz, sentia câimbras que davam nós, na garganta, no peito, deitado num leito, coberto de lençóis. Um dia, meio chateado, protestou contra si mesmo e disse: Da vida estou cansado, meus filhos já estão criados, vou buscar o que sobrou de mim. Partiu o pobre homem, que agora sentia fome, mas desta vez era diferente; não lhes doía a barriga, o que buscava era comida para saciar sua mente. Saiu até do País falando que estava feliz, pois conseguira o que quis, deixar de protestar… Voltou aos campos e prados, ganhou um cavalo alado, sonhou que estava montado e pôs-se a chorar. – Tenha Carma, meu senhor! Disse o camponês, tentando consolar o Português que chorava em inglês. – Sou um homem sem noção, como ensinei religião, quando nem eu sabia? Ah, meu Deus! O Senhor usou uma jumenta para me dizer que o cavalo sou eu! Tenha Karma, meu rapaz, por favor, não vire Ateu. Se compreender a palavra saberá que não as pronuncio errado, seu estado é delicado, todo verbo denota uma Ação… Saia do seu “lugar sagrado”, dê espaço a dúvida que precede a razão… Não vou comprar seu belo cavalo alado, me convenci calado que o cavalo é você…Em outro tempo, em outro espaço, o cavalo será eu… Muita Carma nessa hora…