Eduardo Pitta: Nenhum de nós passeia impune pelos…

Nenhum de nós passeia impune pelos retratos: fazem-nos doer os recessos da memória.

Deles saltam, por vezes, sustos, primeiras noites, secreta loucura, lábios que foram.

Interditam-nos sempre. Trepam-nos pelo torpor mais desprevenido, subsistem.

A sua perenidade é volátil e cheia de venenosos ardis. Um sopro no acetato.

Distintos, os seus contornos não são nunca os que supomos.

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