MEUS FILHOS, OS POEMAS…
Deus, quantos filhos já gerei! Os gero o tempo todo! Nas nuvens que passam Na chuva que cai No sol que queima a pele No enlaçar das mãos Na dor de um sonho morto No barranco à beira da estrada…
Gero versos do nada! Da essência de tudo! Da tristeza velada, delatada no olhar, ou no sorriso dúbio, sem fé no amanhã… Gero palavras as vezes sem sentido… E que sentido devem ter as palavras antes de serem interpretadas por alguma alma sedenta de beleza?
Gero. Procrio noite e dia! E ai de mim, se me tornar infértil, e me negar à trazer à luz a poesia!!