…O FIM
Há pedaços da minha vida no asfalto Carnes dilaceradas Fragmentos de pele Mostras de tendões e nervos. Tudo lá Exposto Um belo circo de horrores… Fora atropelada pela nostalgia Pelo reprisar dos dias Pela agonia da mesmice Pela ausência de amor …Ou quem sabe, pelo excesso dele. Jogado ao relento. Indigno Reles indigente… Sim, há pedaços de mim no asfalto! Há curiosos que transitam por ali Há nos rostos de alguns, traços de pesar Em outros, repulsa Indiferença… ( E qual é a diferença?) Já não fora sempre assim? Por isso jaz ali… Os destroços de mim Dos meus sonhos Das minhas esperanças Dos meus planos para ser… Esposa Amiga Mãe Amante… Ser… Feliz! Mas não há nada Não pode mais existir À não ser os pedaços da minha vida no asfalto. … E uma chuva fina desce sobre ela Alguém toma uma cerveja no bar da esquina. Um brinde à vida que eu poderia ter tido.