Francismar

Síndrome do Pânico?… Às vezes me dá um medo… Tá tudo bem, e de repente O mundo parece desabar… Um peso, amargo na boca. Estranho, fica difícil explicar… E quando ocorre, me escondo. Corro pra cama, pro cobertor. E vira pra lá e pra cá, ânsia… Então, acabo adormecendo. Sonho muito, pesadelos até. Horas passam […]

Diante do Universo… Pai, o sol é maior que a terra? Sim, filho, é maior, bem maior. Que tamanho? Quanto, papai? Que tal buscarmos na internet? E a incrível máquina em ação: Aparecem dezenas de imagens Belíssimas, lembrando o quanto Somos minúsculos, pequenos… Meu Deus, o sol é grande, pai! E é apenas mais uma

Toca o Violão, Menino… E o menino toca o violão. Dedilha belíssimos acordes. Toca para amansar o vilão. Pra que o tumor não acorde. A música adormece os dedos, O câncer, as dores, os medos. Todavia, acorda esperanças, Colore a fé com suas nuanças. Sim, toca o violão menino… Porque só a música te cura.

Prova da Apnéia… Meia-noite, hora marcada. Segunda prova de apnéia. A primeira já foi positiva… Os demais testes também. A família espera ansiosa… Os médicos, de prontidão. Se positiva também: fim… Doppler craniano afirmará: Fim de sua “bela” história. Morte que gerou crianças. Sorriso restou na memória. Mas não morre a esperança, Que num dado

Abraço dos Filhos… Cansado, exausto, só pó, Após outro dia de labuta. Até abrir a porta de casa Torna-se difícil, uma luta. Mas assim que adentro, Na penumbra, pela sala, Ouço as vozinhas: papai! E sinto algo que avassala! E envolto pelos bracinhos, Finalmente suspiro, respiro. Fecho olhos, abro sonhos. E ouço até mesmo sininhos.

Momento Único… Chegou em casa… Cansado do futebol. Deitou em meu colo, Comentando os gols. Enquanto tagarelava, Passei a te observar, Traço por traço, cada Sutil detalhe, nuances. Me enxerguei em você, Querido filho… As dores Da vida foram sumindo… Deus, como eu te amo! E, acima dos “horrores”, Vivo por este momento…

Meu Deus, Vou Morrer… Trabalho com a morte Dia após dia, “sempre”. Todos os dias vejo uma Vida deixar este mundo. Apesar desta “vivência”, Talvez pela louca rotina, Talvez pela luta pela vida, Não percebo minha finitude. Quero dizer, não percebo Que também vou morrer… Ou melhor, quase esqueço. E quando então lembro que “Meu

Adicionar pensamento

Roda, Gira… E o mundo gira, roda, gira… Ou eu que giro a sua volta? Tudo passa rápido, célere. Visão distorce, vai e volta. E o vento sopra orelhas. Aquele zum, zum, zuum. Será Deus fazendo “fuu”? E de repente, tudo azul… Como nos filmes, alentece. Câmera lenta, “slow motion”. E um silêncio que aquece…