Eu e nós outros
evangelista da silva
Recolho-me!……
Da janela vejo o silêncio mórbido das ruas. Encontro-me frente a frente à tv. Observo o carnaval.
Um surto psicótico explode!… E as almas decaídas aprisionam os possessos Endiabrando os corpos em estereótipos catatônicos Que são conduzidos aos infernos.
É carnaval!…
A maioria dos mortais se desequilibram Enquanto atentos outros usurpam o transe infernal. E tudo acontece nesse instante: Cenas macabras desfilam em sangue e mortes… Dessa forma a infelicidade aumenta: Torturas, toxicodependência, e melancolia.
É carnaval!…
Das prisões às avenidas Favelas e nobres bairros… É um urro agonizante de desrealizações. E, nesta fúria satânica e neutralizante, Onde tudo se confunde, Vê-se alegorias, fantasias, arte, circo e palhaçadas!… Religião, zoada e perturbação musical.
Sim, é carnaval!…
Nesses instantes esquizofrênicos Ninguém para nada serve A não ser para lambuzar-se em merda.
Vai-se indo mais um carnaval!…
E neste frenesi torporizado Entre o real e o imaginário, Os manipuladores da emoção Deformam a realidade. Vendem felicidade e beleza. Pregam em tudo, pureza e simplicidade Enquanto a turba agitada e enlouquecida Agita-se em movimentos bruscos Ouvindo um som que vem dos infernos Criando a sinfonia perturbadora das notas musicais.
Às 16h 03min.