Evangelista da silva: Gildásio de Almeida Souza evangelista…

Gildásio de Almeida Souza

evangelista da silva

Era meu primo, Dazinho, o extremo do racional… Uma Comédia Divina, não fosse trágico o seu fim Lá nas bandas do Sul da Bahia, às margens do Rio Almada… O cenário fora Coaraci… um lugarejo acanhado e frio… Entretanto, um tanto quente para se matar gente. Gente estirada nas ruas às madrugadas e vista ao amanhecer… Deixara Santo Antônio de Jesus, – a terra mãe estuprada… Para trabalhar naquelas plagas cinzentas e montanhosas. Em lá chegando casado… descasara… O tempo é o Senhor!… Nasce a criança de quem sou padrinho, – o fruto de uma dúvida E brutal incerteza de sê-lo pai. Um inferno abala a sua vida… Lembro-me de um dia Tê-lo dito que a vida é uma cachaça!… Cônscio, embora constantemente encachaçado, negara-me A infeliz filosófica em mal traduzir o existir de infinda mágoa, Em meio a um silêncio ensurdecedor que lhe destruía su’alma. Assim, como uma criança espancada sob a maldição do coturno, Partira o meu amado primo para o desconhecido mundo, Deixando para mim ao certo, a incerteza da verdade…

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