Depois da infância
Era um tempo distante Aquele sem desconfiança Era num passo confiante Que se firmava a criança.
O verbo vem no passado No passado é só lembrança E o olhar fica molhado Se pergunta sobra a esperança.
Já são anos os dias O futuro mudou de lugar São mulheres as gurias Amanheceu o que era luar.
Inocência que não existe Tempo tornou-se escasso Incoerência de quem desiste E planos que eu mesmo faço.
Na terra que já não ando Na rua que já não brinco A vida que está findando O fim que já está vindo.
E eu vivo fugindo Driblando a desesperança Encontro a quem vem sorrindo A encontrar-me durante a dança.