Ezequiel Barros: Pela África eu sou a Mudança Pelo…

Pela África eu sou a Mudança

Pelo cacau e pelo café Pela fruta pão, pelo coco e pelos búzios, Pelos rituais, os gritos e os ritmos E pelas gingas das ilhas do Socoopé,

Por São Tomé e Príncipe eu sou a mudança.

Pelos minerais do solo do Huambo Pelo Palanca Negra, o nosso diamante Pelo funge e pela fome indecente, Pela imensidão do nosso solo de Cabinda a Cunene E pelo sangue que selou a paz,

Por Angola eu sou a mudança.

Pelo amendoim do nosso caldo de Mancara Pela Cabaceira, oh! meu gelado de Cabaceira Pelos Fulas, os Diulas e Mandingas, Pelas diversidades étnicas dos nossos povos, a nossa raça, E pelos assobios dos nossos meninos nas matas,

Por Guiné Bissau eu sou a mudança.

Pelas cores angelicais das acácias floridas Ao calor do sol de Abril Pela cachupa, pelo cuscuz, e pelas Camócas, Pelos braços movidos para a união das ilhas Eternizados no nome de Amilcar Cabral, E pelas lágrimas que cobriram a ilha do Fogo,

Por Cabo Verde eu sou a mudança.

Pelas cores lindas dos tecidos, a nossa Capulana Pelo sagrado barro que lavou a nossa pele Pelo dom dos dedos casmo de Malangatana, Revelando a sombra dorida dos nossos dias E pelo imortal sol que postou nos pés da baía da Beira,

Por Moçambique eu sou a mudança

Pela fome, pela miséria, e pelas epidemias Pela frustrante emigração sem opção Pelos tráficos, e pelos trabalhos infantis Pela corrupção fora da razão, a nova escravidão,

Pela África eu sou a mudança,

Por aqueles que para as suas raízes não voltaram Pelos que nos nossos países encontraram conforto, Pelos filhos que aos seus pais orgulharam E por aqueles por nos secaram suor e sangue,

Pela África eu sou a mudança.

Sim! É isto ou aquilo, mudança, mudança. E mudança.

Pala África eu e tu, somos a África E esta nova África ela é a mudança.

Ezequiel Barros Longe de casa

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