A jornada do dito autoconhecimento é tortuosa e cheia de entraves. Enquanto a percorria, deparei-me com uma infinidade de utopias e devaneios. Na esquina da solidão, com a alameda das histórias inacabadas, deparei-me com fantasmas do passado. Estavam desnutridos, mal-acabados, esquecidos. Não os reconheci a face, o cheiro, o toque, sequer a voz. Pareciam-me completos estranhos. Entretanto, lembro-me da euforia que tê-los no presente me causava, a felicidade absurda que o encontro gerava. Estranho perceber que já me encontrei com dois ou três sentimentos sinceros, mas acabei me distraindo com uma ilusão que passava – ressalto, este é um momento de escrutínio de vísceras e entranhas. Parece-me haver uma intima relação entre esses ditos ?momentos de reflexão? e o contato com a água. O embaralhamento dos sentidos, que a imersão na mesma nos causa, desperta pensamentos egocêntricos ? o eu em seus 5 minutos de fama. Este instante, em que abrimos e arregaçamos cicatrizes antigas é excruciante, nos arrasta ao limite do ser. O átimo da libertação, factual liberdade, demanda tempo, energia e sanidade. Sendo o epilogo estarrecedor, desbragado. Esqueça do entorno, das luzes e sons. Enterre-se em seu amago, e floresça. O aclamado renascimento. Desfrute com gozo e ria em ovação a metamorfose do eu. Transcendeste a banalidade habitual, és, em sua totalidade, insólito.